sexta-feira, maio 21, 2004

divórcios

Assinada uma concordata entre Estado Português e Vaticano sem que o texto fosse conhecido, discutido.
Feita uma revisão constitucional sem que tenha havido discussão públlica, sem que o comum de nós saiba ou chegue a proncunciar-se sobre o que revisto. Experimentem ir a uma escola pública e procurar um exemplar do código mais importante do país na biblioteca. Experimentem ir ao site do governo, da AR, para procurar o texto contitucional pós-revisão. Não existe. Não há.
A menos de três semanas das eleições para o parlamento europeu, as campanhas estão na rua. Os mass media também não. Os augúrios de uma grande abstenção não se substituiram à procura de um caminho diferente.
É portanto uma grande anedota (sem piada) o discurso preocupado sobre o divórcio entre política e cidadãos, entre classe política e representados, entre o governo da coisa pública e os governados. Se não for anedota é porque interessa realmente este divórcio.
O presidente da República tem responsabilidades acrescidas nesta matéria porque não se pode zelar pela República e sua Constituição, distribuir pelo país o discurso da necessidade do aprofundamento da democracia e promoção da cidadania, enquanto tudo isto se passa nas nossas costas.

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