terça-feira, novembro 02, 2010

o regresso às Estações

Edviges partiu para um dos seus reinos. Deixou-me a casa empanturrada. De doces, compotas, pedras, sementes, papéis de toda a espécie, preciso de mil anos para encontrar os meus papéis se não pegar fogo a tudo. Quer dizer que serão precisos mil anos para recomeçar o meu trabalho se não for tudo a eito. Encontrar o fio da meada. Reecontrei uma tranquilidade perdida, pode ser o fio condutor até ao Tempo Perdido e Reecontrado. Reelaborado.

quarta-feira, maio 19, 2010

o sol abraça-te

A aranha morreu mas surgiram outras no seu lugar e como ela tiveram o mesmo fim. Podem ter emigrado tão perigosas e imprevisíveis se tornaram estas terras. Sobrevivi ao Inverno graças a Edviges. Perdeu-se quase tudo o que tinhamos na terra. Mas há esperança para alguns caules secos que possam guardar o segredo da ressureição por onde corre ou correu a sua seiva.
É dificil regressar a um discurso, regressar ao texto. Apesar da sua ausência ser ou sugerir-nos a morte. Não vale a pena escrever contra o esquecimento que ele sobrevirá. Vale a pena escrever para que os nossos dias se arrumem, para que o nosso tempo seja nosso, para que saibamos regressar ao que nos trouxe aqui, ao que me levou a Edviges.