sábado, março 19, 2005

Antes da Primavera

Há alturas em que, ou por tomarmos um bom medicamento que nos arranca à febre dos últimos dias, ou porque sem ela ficamos despidos da última desculpa, tudo se detém e sabemos que algo nos aguarda, algo espera por nós impreterível e forçosamente. Pode ser um enigma antigo, pode ser o mesmo de todos os dias mas sentido de forma mais evidente. Difícil perceber mas há alturas, como esta, que têm de ser desmascaradas e resolvidas.
Posso procurar bem a música que quero ouvir e ainda assim não ser o suficiente. Parece que não existe, ou se existe, impossível dar com ela. Talvez tenha de a encontrar fora daqui. Faltam coisas a esta sala para que eu a habite com o à vontade e a familiariedade necessárias. O que fazer para que uma pessoa não seja estranha entre estes estranhos objectos? Ou estranha disposição de objectos. Será por aqui o caminho à pergunta original? Ou é mais uma desculpa, mais elaborada que uma gripe persistente?