quarta-feira, novembro 19, 2008

O sol dourado

Ela escreveu cartas. No quarto murado de um castelo sobre a colina da outra margem. Eram montes na outra margem, três. Longos, como se o corpo de um deus ali caído tivesse deixado o relevo para essoutra margem do nosso rio. As cartas chegaram, algumas, outras ainda as tem o vento que este rio é aqui, não nos podemos esquecer, como um mar. Por isso esta cidade livre. Quem havia de supor que caminhos dourados me esperavam a Oriente.

sexta-feira, novembro 07, 2008

Reparaste que hoje as cores se adensam e crescem em cada coisa que temos diante e em torno de nós? Que o rio tem a cor do mar de Agosto? Mas, da caixinha vidrada do meu guindaste, tem-me ocupado mais o céu. As nuvens de Outubro e de Novembro. Vêm contar-nos histórias todos os dias. Avolumam-se por entre luz e sombra. Entre nós e o azul aí se intrometem e pendem a dizer-nos que não estamos sós.