terça-feira, setembro 21, 2004

Setembro outra vez

Basta o café ser mau para o refresco não prestar. A cidade continua nauseabunda, os seus cheiros encostam-me à parede. O tempo deixou de vir às golfadas conhecidas, algo misterioso o interrompeu. Não sei se é agora que o universo passa a ter o meu ritmo, se continuo a segui-lo.
Não sabemos, muitas vezes, como aqui chegámos, sabemos que aqui estamos, de quando em quando, quando a realidade nos atravessa a estrada e nos encosta à berma. Depois, se prosseguissemos como os restantes animais, dormindo, comendo, lambendo as feridas. Não, os homens não continuam, basta retirar-lhes o hábito ou a esperança. Passam a dormir mais ou menos do que precisam, a comer mais ou menos do que precisam, deixam de lamber as feridas.

segunda-feira, setembro 06, 2004

sinto-me num país estrangeiro, numa cidade que não conheço, as esquinas familiares como numa fotografia são como uma estação de rádio qualquer em playlist contínua. A luz congelou as sombras e apesar do amanhecer e anoitecer fiquei ali. Em nenhures.