terça-feira, dezembro 29, 2015

Não temos presente, nem tu nem eu, foi o que disse a Boris. É por isso que adoecemos e que é a memória que rui. Boris lembrou-me que devíamos saber de antemão haver um preço a pagar quando se empurra o corpo no correr dos dias.
Boris escreveu. Diz que mais um Natal e não comprou as botas. Pergunta-me se te encontrei e nos beijámos e como foi. Digo-lhe que nem saberíamos reconhecer-nos caso nos cruzássemos na cidade e que será por isso que penso em ti tantas vezes. Assim será difícil alguém tomar o seu lugar, diz-me Boris, avisando-me que escolhi a condenação como um Orestes.

terça-feira, outubro 13, 2015

Se o tempo e o corpo nos encurralarem. Se os dias nos cobrirem de poeira, muito mais que dos espaços em branco com que sonhámos numa juventude que teimamos em convocar. Que os gestos valham, como a flor. Que possas ser visitada pela alegria. Sempre. E dessas visitas rejubilem os meus olhos. Pressentindo-te. Firme presença.  Contra a aridez, do mundo,dos outros, da nossa.

quinta-feira, abril 23, 2015

Quando a gasolina estiver mais barata amor, saímos da cidade e vamos até ao Guincho, ou mais à frente, ao cabo, ver o mar. Não sabia que havia tantos loucos. Tantos.