quarta-feira, junho 30, 2004

querias não querias?

"É como estar numa ilha deserta
olhar em volta e gritar àgua à vista
é como estar debaixo de uma palmeira

ao sol tropical, tropical
não há quem resista

baiá baiá baiá baié
jingle tónico
gin
gin gin
jingle tónico

é como deitar os cubos de gelo
no copo da tónica dois dedos de gin
é como sentir o amargar do limão
teus lábios beijando
e cantando assim:
baiá baié baiá
baiá baié baiá

jinlge tónico
gin gin gin
jingle tónico

é como estar de papo para o ar
olhar o azul e a areia
é como sentir o tempo parar
o céu tropical tropical uhhh
quando há lua cheia
baiá baié baiá
baiá baié baiá"
Doce (António A. Pinho/Nuno Rodrigues)

(...)

"Vem cá, gelado não dá
com sabor a limão
vem cá, gelado só dá
se estiver perto do meu coração

vá lá, tão frio que está

se está, dá-me a tua mão
vá lá, que frio só dá
outono no meu coração

Quero estar perto, bem perto
do calor que tens para dar
quente quente quente quente
até queimar!!

Gelado Gelado
Não vás por aí
por onde vais
frio frio frio
Está morno está morno
estás quase a chegar ao pé de mim
Quente quente quente
até escaldar enfim (...)"
Doce (António A. Pinho/Tozé Brito)

sexta-feira, junho 25, 2004

descobertas

fiquei a saber como era se todos os meus vizinhos gritassem ao mesmo tempo.

segunda-feira, junho 21, 2004

errata

não proibiu mas gostava, santana deu a sua opinião que aproveitou para partilhar com o governo civil.
o ano passado investiu turbinas de dinheiro no electro parade, o tal que tentou colar à marcha lgbt sem, no entanto, o conseguir. "..o S. Pedro está-se a acabar...S. João S. João S.João, dá cá um balão para eu brincar"

sexta-feira, junho 18, 2004

o rei Santana

Santana, a sardinha chegou-te ao nariz. "A Avenida da Liberdade é para eventos especiais, como o 25 de Abril e acontecimentos desportivos". Duas semanas depois das lentejolas dos marchantes dos bairros populares Santana Lopes proíbe a marcha de orgulho LGBT de passar pela Avenida da Liberdade. Esta marcha, inciativa mundial que assinala o 28 de Junho-data sanfrenta que marca também o início do movimento pelos direitos de homossexuais, é um símbolo desse movimento que se constitui e traduz exactamente pela VISIBILIDADE da diversidade de opções/orientações sexuais. Querer proibi-la no sítio central das manifestações de Lisboa e remetê-la "para outros sítios da cidade como o Monsanto" é ir contra o objectivo primordial desta marcha/manifestação.É querer torná-la invisível bem como os seus objectivos políticos.
Santana Lopes sabe que esta marcha não é um Love Parade. Santana Lopes o ano passado tentou colar a marcha ao Love Parade. Santana Lopes devia saber que a cidade não é sua apesar de todos os cartazes, Santana Lopes não sabe que assim dá maior visibilidade às questões e lutas dos gays,lésbicas, bissexuais e transgenders. Também não saberá que em muitas cidades pelo mundo fora os presidentes das autarquias onde estas acontecem têm orgulho em juntar-se-lhes e têm orgulho em que elas acontecam na cidade que representam politicamente.

Santana Lopes colocou cartazes no Martim Moniz depois da demissão do patético Chefe da Polícia Municipal a dizer: Martim Moniz:espaço de encontro entre culturas. Esperemos agora da Câmara Municipal de Lisboa um cartaz na Avenida a dizer: Avenida da Liberdade que o sr. presidente julga ser sua. Não a liberdade mas a rua. Liberdade para dizer Santana Rua.

quinta-feira, junho 17, 2004

a militância

"A unica força que pode mandar abaixo essa estrutura de opressao tacanha e de desigualdade brutal que é o capitalismo em portugal, é o desejo intenso e irreprimivel, difuso pela multidao que se acotovela nos transportes publicos, de viver uma vida sem patroes nem horàrios, policias ou constrangimentos, competiçao constante e necessidade permanente. E a inteligencia social que se pode desenvolver nesse desejo é o programa, a estratégia e a tàctica que derrubarao todas as bastilhas e tomarao todos os palàcios de inverno (ok, a este ponto começo a levar demasiado a sério a minha pròpria narrativa - deem um desconto).
Queremos tudo. Teremos tudo. Seremos tudo. Nenhuma pequena batalha, todas as guerras civis. Nenhum trabalho que nao seja para acabar com o trabalho. Nao votar, mas sim governar. Nao aceitar como normal o que acontece, apenas porque acontece todos os dias. Viver intensamente, agora.
Tudo isto, que tantos querem, parece distante apenas porque se escolhe o ponto de vista errado - o da militancia.
Todas as revoluçoes até hoje foram uma festa que veio subverter o realismo dos militantes, sempre ocupados com as pequenas escaramuças e sempre tao distantes dos grandes confrontos. Se olharmos com mais atençao para o enredo, percebermos que o combate é permanente e as derrotas constantes. Os derrotados, pragmaticamente, recusam arriscar um confronto de grandes proporçoes que sabem nao poder vencer neste momento. é preciso aprender com esse pragmatismo e deixar de lhe chamar passividade. A unica passividade é a de quem festeja alegremente os resultados eleitorais.
Là onde todos os dias se morre um pouco, no trabalho como fora dele, està a linha de combate e o espaço onde erguer as barricadas. Nao para instaurar um governo do proletariado.Mas para acabar com todos os governos e com o proletariado."
in Bologna Nihil

domingo, junho 13, 2004

uma coluna no jornal para cada contribuinte

Na semana passada Eduardo Prado Coelho escreveu, na sua crónica diária, uma carta aberta à Ministra das Finanças para contar o insólito de um caso, neste caso, o seu. Comprou uma casa e dirigiu-se a uma repartição das finanças para pagar a ex-sisa,o IMT (imposto municipal sobre transacções onerosas). A conselho de um funcionário foi pagá-lo aos ctt. Na escritura a notária não aceitou a declaração dos correios (a isto eu chamo defesa de corporação): queria uma da administração fiscal. E Eduardo teve de pagar novamente o IMT. E a sua crónica continua a denúncia feroz, seguidamente uma chamada telefónica do Ministério das Finanças para os CTT para que cancelem o cheque. Sem coluna diária Eduardo teria de esperar largos meses(anos?) até que lhe fosse devolvido a quantia excedente que pagou ao Estado.
Lembrei-me, a propósito disto, de uma crónica de José Milheiro no Público onde relatava a morte da mãe entre compassos de espera e mau atendimento nos hospitais públicos.

quinta-feira, junho 03, 2004

agora que chegas já vais

sucede que mal dei pela Primavera ela estava de partida. Estações intermédias para onde ides? Vós que sois as mais ternas porque passam assim tão desapercebidas, porque nos acordam na despedida. Quem poderá agora gozar temperatura alta e rebrilhante quando não se fez anunciar e nos atropelou de rompante. Acabaram os pontos de interrogação, fiquemos por ora nas exclamações reticentes.