tinta
a tinta, fresca ou nao, pode servir para colorir todos os muros da cidade, do suburbio, clandestina poe a prova mecanismos securitarios disfarcados de liberdade para acabar de vez com ela a_tinta@hotmail.com
sexta-feira, novembro 08, 2019
O céu está a carregar-se de nuvens. Brancas porque a lua ilumina o seu movimento. Ou não é um movimento. É uma passagem. Do tempo, mais uma vez. E existe se interrompemos o torpor do corpo para o levarmos à janela. Está alta a lua. Mais do que podemos perceber. Por cima da nossa cabeça que se aquieta com a véspera dos dias do descanso. Vã tentativa de interromper a cadência desse tempo. Que se anuncia imiscui na presença deste céu carregado. De noite, e de amanhã. Mas há o brilho branco que nos deixa ver a tempestade e a chuva a chegar, a mesma luz que nos vê e à nossa cabeça sob este céu.
segunda-feira, fevereiro 20, 2017
A guerra acabou. Desmatam-se campos, procuram-se minas. Não há muita gente para escrever notícias. Daqui seguimos o mesmo céu com olhos diferentes. É preciso sempre tomar atenção às paredes e a tudo o que diga respeito à manutenção do outrora castelo, agora baluarte de sombras para a paz. Nem por isso deixa de entrar a água das chuvas ao mínimo descuido. Daqui seguimos o que julgamos ser o mesmo céu. Talvez também ele transporte um cheiro a cadáveres esquecidos sem que nos demos conta.
Não fosse a passagem da mulher gazela o tempo pareceria igual. Nem as estações ou a chegada das aves o distinguem no seu torpor maquinal. Ela passa, sem pisar o chão, o seu corpo como a corda de um arco. Nuns dias esticando-se sob uma flecha certeira. Noutros uma corda a tremer sob o arco da viola da gamba.
Não fosse a passagem da mulher gazela o tempo pareceria igual. Nem as estações ou a chegada das aves o distinguem no seu torpor maquinal. Ela passa, sem pisar o chão, o seu corpo como a corda de um arco. Nuns dias esticando-se sob uma flecha certeira. Noutros uma corda a tremer sob o arco da viola da gamba.
terça-feira, dezembro 29, 2015
Boris escreveu. Diz que mais um Natal e não comprou as botas. Pergunta-me se te encontrei e nos beijámos e como foi. Digo-lhe que nem saberíamos reconhecer-nos caso nos cruzássemos na cidade e que será por isso que penso em ti tantas vezes. Assim será difícil alguém tomar o seu lugar, diz-me Boris, avisando-me que escolhi a condenação como um Orestes.
terça-feira, outubro 13, 2015
Se o tempo e o corpo nos encurralarem. Se os dias nos cobrirem de poeira, muito mais que dos espaços em branco com que sonhámos numa juventude que teimamos em convocar. Que os gestos valham, como a flor. Que possas ser visitada pela alegria. Sempre. E dessas visitas rejubilem os meus olhos. Pressentindo-te. Firme presença. Contra a aridez, do mundo,dos outros, da nossa.
quinta-feira, abril 23, 2015
quinta-feira, novembro 27, 2014
Saudade doce sem glicose
Ainda bem que há árvores lá em baixo para que a chuva que cai desesperada tenha o som de uma conversa.
segunda-feira, outubro 13, 2014
quarta-feira, outubro 08, 2014
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